Os tratamentos existem, e acreditar na superação e na melhora é um passo essencial.
Vivemos
um ritmo de atividades e de exigências numa sociedade que cada vez mais corre
por resultados e por sucesso. Num mercado de trabalho altamente competitivo e
desafiador, doenças surgem no ambiente profissional e preocupam as organizações
e a sociedade como um todo.
Uma
das doenças que chamam à atenção, neste cenário, é a depressão. Considerada uma
das enfermidades que tem crescido de forma expressiva nos últimos anos, a
depressão tem características próprias e não
deve ser confundida com um estado de tristeza.
Podemos pensar na tristeza como um sentimento que nos leva a um processo de reflexão, de estarmos quietos; sentimento manifestado pela perda de alguém, por algo relacionado ao trabalho, pela decepção com alguém ou a frustração de expectativas irrealizadas. A grande diferença é que uma pessoa triste consegue manter sua rotina diária, seu cuidado pessoal e até mesmo experimentar alegrias que possam surgir neste período. Como fato passageiro, esse sentimento pode ser identificado em sua origem, ou seja, conseguimos descobrir o motivo pelo qual estamos tristes.
Quando
falamos em depressão, os sinais aparentes de desmotivação, desinteresse,
tristeza persistente, falta de desejo de cuidar de si e de dar seguimento às
suas atividades cotidianas, bem como aquela sensação de ver o mundo “cinza”,
sem cor e sem motivos, tornam-se mais prolongados. Nesses casos, a intervenção
médica se faz necessária, bem como o apoio psicológico para que a pessoa possa
reestruturar seus pensamentos e descobrir sua forma de lidar com a doença e com
a vida. Sabemos ainda que a espiritualidade também tem um papel importante na
superação de qualquer adoecimento, inclusive na depressão.
Não
nos esqueçamos de que, muitas vezes, em nossa família, na sociedade e entre
nossos amigos ainda existe uma dificuldade de compreender a situação pela qual
uma pessoa deprimida está passando. Também para o deprimido não é uma tarefa
fácil aceitar a doença e o tratamento. O mais importante é que os tratamentos
existem, e acreditar na superação e na melhora é um passo essencial tanto para
o paciente quanto para aqueles que convivem com ele. Os quadros depressivos
podem ter duração de alguns meses ou serem mais persistentes; em ambos os
casos, os doentes podem contar com a ajuda especializada, a fim de que as
sensações causadas pelo quadro possam ser minimizadas e uma maior qualidade de
vida possa ser obtida.
Por mais difícil que seja ou por maior que seja a vergonha ou o
sentimento que o esteja impedindo de dar passos para a cura, não deixe de
buscar ajuda.
Um amigo, um familiar, aquele médico que já conhece um pouco de sua saúde podem
ser os primeiros a quem você pode pedir auxílio quando perceber que esse quadro de tristeza está demorando um pouco mais para
passar, dando sinais de que vão além do usual.
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional,
colaboradora da Comunidade Canção Nova
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