A “Salve Rainha” é
uma das orações mais populares entre os católicos. Ela é atribuída ao monge
Hermannus Contractus que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de
Reichenan, na Alemanha. Eram tempos terríveis aqueles na Europa central, com
muitas calamidades naturais, destruindo as colheitas, epidemias, miséria, fome
e a ameaça contínua dos povos bárbaros normandos, magiares e muçulmnaos que
invadiam os povoados, saqueando e matando.
Certamente o monge
Hermannus experimentava as piores misérias da vida humana neste “vale de
lágrimas”, como disse. Nesta prece “bradamos” como “degredados”, “suspiramos
gemendo e chorando”, vemos o mundo como “um vale de lágrimas”, como um
“desterro”. Entretanto, essa visão da vida acaba num sentimento de esperança
que a ultrapassa e domina com a confiança em Nossa Senhora.
Ao considerar a
condição humana, o monge Hermannus via muitos motivos de tristeza, mas,
ao fixar sua atenção na Virgem Maria, Rainha do céu de da terra, a quem se
dirige, mostra-se animado por um horizonte de
expectativas reconfortantes e consoladoras, pois ela, a Virgem Maria, é “Mãe de misericórdia”, “Vida, doçura, esperança nossa salve”, “Advogada nossa”, de “olhos misericordiosos”.
expectativas reconfortantes e consoladoras, pois ela, a Virgem Maria, é “Mãe de misericórdia”, “Vida, doçura, esperança nossa salve”, “Advogada nossa”, de “olhos misericordiosos”.
Frei Contractus
tinha consciência da triste época em que vivia, mas tinha outras razões,
além disso tudo. Conta a sua históira que ele nasceu raquítico e disforme;
adulto, mal conseguia andar e escrevia com dificuldade, de mirrados que eram os
dedos das suas mãos. Nasceu em 18 de fevereiro de 1013 em Altshausen, na Swabia
hoje Alemanha.
Nasceu com uma fenda
no palato, e um problema de espinha bífida (dividida em lóbulos iguais). Seus
pais não tinham condição de cuidarem da criança e em 1020 (com sete anos) o
entregaram para a Abadia de Reichenau, onde ele ficou o resto de sua vida.
Contam que, no dia do seu nascimento, ao constatarem o raquitismo e má formação
do bebê, seus pais caíram em prantos. Sua mãe Miltreed, mulher muito piedosa,
ergueu-se então do leito e, lá mesmo, consagrou o menino à Mãe de Deus.
Consagrado a Ela, foi educado no amor e na confiança em relação a Ela. E, anos
mais tarde, foi levado de maca, por ser deficiente físico, até o mosteiro de
Reichenan, onde com o tempo chegou a ser mestre dos noviços, pois o que tinha
de inapto seu corpo, tinha de perspicaz seu espírito.
Muito inteligente se
tornou monge beneditino com a idade de 20 anos. Era um gênio, estudou e
escreveu vários livros sobre astronomia, teologia, matemática, história e
poesias em latim, grego e árabe. Professor aos 20 anos ficou conhecido pelos
seus colegas na Europa. Construiu alguns instrumentos musicais e
equipamentos de astronomia. Ficou cego e com isso parou de escrever. É o mais
notável poeta de seu tempo e ainda ficou famoso ao escrever a oração da
“Salve Rainha”e ainda o “Alma Redemporis Mater”. Faleceu em 21 de setembro de
1054 em Reichenau de causas naturais. Beatificado e culto confirmado em 1863.
Sua festa é celebrada no dia 25 de setembro.
Foi no fundo de
todas essas misérias, que a alma de Frei Contractus elevou à “Rainha dos Céus”
esta prece, mescla de sofrimento e esperança, que é a “Salve Rainha”.
Quando veio a ser
conhecida pelos fiéis, a “Salve Rainha” teve um sucesso enorme, e logo era
rezada e cantada por toda parte. Um século mais tarde, ela foi cantada também
na catedral de Espira, por ocasião de um encontro de personalidades
importantes, entre elas, a do imperador Conrado e a do famoso São Bernardo,
conhecido como o “cantor da Virgem Maria”, pelos incendidos louvores que lhe
dedicava nos seus sermões e escritos, ele que foi um dos primeiros a chamá-la
de “Nossa Senhora”.
Dizem que foi nesse
dia e lugar que, ao concluir o canto da “Salve Rainha”, cujas últimas palavras
eram “mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre”, no silêncio que se
seguiu, ouviu-se a voz potente de São Bernardo que, num arrebato de entusiasmo
pela mãe do Senhor, gritou, sozinho, no meio da catedral: “Ó clemente, ó
piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”… E a partir dessa data estas palavras
foram incorporadas à “Salve Rainha” original.
Nos quase mil anos
que se passaram desde que Herman Contractus compôs a “Salve Rainha” uma
multidão incontável de fiéis tem se identificado como os sentimentos que ela
expressa, vivendo desde sua aflição à doce esperança que inspira sempre a
amável Mãe do Nosso Salvador.
Fonte:
http://www.newadvent.org/cathen/07266a.htm;
http://www.cademeusanto.com.br/beato_hermancontractus.htm
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