“Recordemos as três palavras
chaves para viver em paz e alegria em família: ‘dá licença, obrigado, perdão’”,
disse o Papa Francisco no Angelus
Papa Francisco apareceu, na manhã do último
domingo (29), na janela do último andar do Palácio Apostólico, que dá para a
Praça São Pedro, para rezar a oração mariana do Angelus, com os numerosos
peregrinos e fiéis, provenientes da Itália e de diversos países.
Em sua alocução dominical, no primeiro domingo
depois do Natal, o Santo Padre disse que “a liturgia nos convida a celebrar a
festa da Sagrada Família de Nazaré”. De fato, recordou o Papa, todo presépio
nos mostra Jesus, juntamente com Maria e São José, na gruta de Belém. Deus quis
nascer em uma família humana, quis ter uma mãe e um pai.
Partindo da Liturgia do domingo, que nos
apresenta a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, à busca de refúgio
no Egito, o Pontífice afirmou:
“José, Maria e Jesus experimentam a condição
dramática de refugiados, marcada pelo medo, pela incerteza e pelo incômodo.
Infelizmente, em nossos dias, milhões de famílias podem se identificar com esta
triste realidade. Quase todos os dias, a televisão e os jornais transmitem
notícias de refugiados, que fogem da fome, das guerras e de outros graves
perigos, à busca de segurança e de uma vida digna, para si e para suas
famílias”.
Em terras distantes, constatou o Papa, mesmo
quando encontram trabalho, nem sempre os refugiados e imigrantes encontram uma
verdadeira acolhida, respeito e apreço pelos valores dos quais são portadores.
Suas legítimas expectativas se deparam com situações complexas e dificuldades
que parecem, às vezes, intransponíveis. E acrescentou:
“Por isso, quando fixamos nosso olhar na Sagrada
Família de Nazaré, quando é obrigada a se refugiar, pensemos no drama daqueles
migrantes e refugiados que são vítimas da rejeição e da exploração, que são
vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Pensemos também nos
“exilados” – e eu os chamaria de ‘exilados escondidos’ – aqueles exilados que
podem existir no âmbito das próprias famílias: os idosos, por exemplo, que, às
vezes, são tratados como presenças incômodas. Muitas vezes, penso que um sinal,
para saber como vai uma família, é ver como são tratados as crianças e os idosos”.
Jesus, afirmou o Santo Padre, quis pertencer a
uma família, que passou por essas dificuldades, para que ninguém se sinta
excluído da presença amorosa de Deus. E explicou:
“A Fuga para o Egito, por causa das ameaças de
Herodes, nos mostra que Deus se encontra onde o homem corre risco, onde o homem
sofre, onde é fugitivo, onde experimenta a rejeição e o abandono; mas é também
o lugar onde o homem sonha, espera de voltar à sua terra natal, em liberdade,
faz projetos e escolhas para a sua vida e a sua dignidade e a dos seus
familiares”.
A seguir, o Bispo de Roma, convidou os fiéis
presentes a dirigir o olhar à Sagrada Família, se deixa atrair ainda pela
simplicidade de vida, que conduz a Nazaré. Trata-se de um exemplo que faz tanto
bem às nossas famílias, as ajuda a se tornar, cada vez mais, uma comunidade de
amor e de reconciliação; nela experimentamos a ternura, a ajuda mútua, o perdão
recíproco e acrescentou:
“Recordemos as três palavras chaves para viver em
paz e alegria em família: ‘dá licença, obrigado, perdão’. Quando em uma família
não se é um intruso e se pede “com licença”, quando em uma família não se é
egoísta e se aprende a dizer “obrigado”, e quando em uma família alguém se dá
conta que fez uma coisa errada e pede “perdão”, então nesta família existe paz
e alegria. recordemos estas três palavras: ‘com licença, obrigado, perdão’”.
Neste ponto, o Pontífice encorajou as famílias a
tomarem consciência da importância que tem na Igreja e na sociedade. “O anúncio
do Evangelho – disse o Papa -, passa de fato, antes de tudo, através das
famílias para depois, chegar até aos diversos âmbitos da vida diária”.
O Papa Francisco concluiu sua alocução dominical,
convidando os presentes a invocarem, com fervor, Maria Santíssima, Mãe de Jesus
e nossa Mãe, e São José, seu esposo. Convidou-os, também, a pedir à Sagrada
Família que nos ilumine, conforte e oriente todas as famílias do mundo, a fim
de que possam cumprir, com dignidade e serenidade, a missão que Deus lhes
confiou.
Após a oração do Angelus, o Santo Padre comunicou
a todos que o próximo Sínodo dos Bispos vai abordar o tema da família e, a sua
fase preparatória, já iniciou há muito tempo. Por isso, nesta festa da Sagrada
Família, o Papa confiou a Jesus, Maria e José, os trabalhos sinodais e as
famílias do mundo inteiro.
Ao final do encontro dominical, o Papa Francisco
recitou uma oração dedicada à Sagrada Família.
Fonte: Rádio Vaticano
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